Setor emprega 4 mil pessoas no país e fatura R$ 900 milhões por ano.
A dificuldade é de encontrar mão-de-obra para aumentar a produção

A indústria de games, aplicativos e softwares não foi prejudicada pela crise econômica, mas o setor tem enfrentado dificuldade para encontrar mão-de-obra qualificada para aumentar a produção.


"Estamos tentando contratar mais pessoas. A dificuldade realmente é encontrar mão-de-obra especializada para esse mercado na região", diz o empresário Egio Arruda Júnior.
Outra empresa, em Juiz de Fora, Minas Gerais, produz principalmente aplicativos para celular com a certeza de que tem fôlego para crescer, mesmo sendo do interior.
"Não há distância, inclusive a gente atende muito cliente que não é de Juiz de Fora. Temos clientes no Rio, São Paulo e outras cidades que não têm impedimento nenhum por não estarem do nosso lado", conta Thelma Valverde, diretora da empresa.

No Porto Digital, no Recife, que funciona como uma espécie de ancoradouro de empresas, 250 grupos empresariais e 7 mil pessoas trabalham na área da tecnologia da informação. Na produção de games, uma das mais rentáveis, sobretudo agora com o dólar favorável às exportações, o trabalho é dobrado para atender a procura.

O setor que emprega 4 mil pessoas no país e fatura R$ 900 milhões por ano deve crescer mais em 2015, mesmo com o cenário de retração da economia nesse primeiro semestre.

"A indústria de videogame brasileira cresceu entre 9 e 15% nesses últimos cinco anos, o que é uma excelente área de investimento para qualquer lugar", diz Fred Vasconcelos, vice-presidente da Associação Brasileira de Desenvolvedores de Games (Abragames).
Poderia ser melhor, mas uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo setor é o chamado Custo Brasil, que inclui encargos trabalhistas e políticas fiscais desfavoráveis à área produtiva.
Para superar essas dificuldades, as empresas do Porto Digital descobriram que o melhor caminho é a união de esforços.

"Ao concentrar empresas, talentos e recursos de várias naturezas, você cria uma sinergia e portanto potencializa a capacidade produtiva", aponta Francisco Saboya, presidente do Porto Digital.